O Projeto Balcão de Justiça e Cidadania do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia formou a terceira e última turma do Curso de Capacitação em Conciliação e Mediação para os estudantes de Direito da Universidade Católica de Salvador.
O curso finalizou a sua segunda edição, com a preparação de 90 acadêmicos a fim de colocar os formandos em Direito para atuar nos 41 balcões espalhados na cidade de Salvador. Os alunos foram instruídos pela coordenadora do balcão do bairro da Liberdade, Larissa Nou e o coordenador do balcão do bairro de Cajazeiras, Luis Fernando.
O juiz e assessor especial da Presidência para Assuntos Institucionais, Anderson de Souza Bastos, falou sobre a importância de ter conciliadores na Justiça. “Se em uma audição a conciliação é bem sucedida, o objetivo é cumprido e o processo é desnecessário”, declarou.
A turma, que recebeu um certificado de oito horas pelo curso, contou com o aluno Osmar José Jambeiro Barbosa, de 74 anos. Aposentado há 22 anos e auditor fiscal há mais de 50, o aluno já está cursando a sua terceira graduação.
No 6º semestre do curso de Direito, seu Osmar conta que tudo começou quando um problema de coração o levou a usar um marcapasso, aparelho que envia pulsos elétricos para o coração quando o batimento está muito lento. A partir daí, suas atividades foram reduzidas.
Para não ficar na ociosidade, o aposentado, que já foi casado duas vezes e tem quatro filhos, resolveu prestar o vestibular para Direito e conta que tem o maior orgulho de ser o “mais experiente da turma”.
“Eu quero poder, com o conhecimento que venho adquirindo, ajudar outras pessoas, e quem sabe incentivá-las com o meu exemplo, e transferir a minha vivência para outras gerações”, declarou o aluno, que já pretende estagiar em um dos balcões.
Além de capacitar para estágio, o curso preparou os estudantes para a seleção pública com 753 vagas para conciliador, que vai acontecer do dia 29 de março de 2015.
O Projeto Balcão de Justiça e Cidadania leva à comunidade o acesso fácil, descomplicado e informal à Justiça, com uma prática pré-processual, que dá às partes o poder da decisão do caso.
Texto: Ascom TJBA / Fotos: Nei Pinto