Jovens do Programa Caminho Legal participaram, na manhã desta terça-feira (17/12), da festa de encerramento do projeto, no auditório do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA). Foi o momento de confraternizar, levando pra casa o conhecimento adquirido durante o tempo que passaram no programa.
O último ciclo de 2013 do Caminho Legal foi encerrado na semana passada. Na quinta-feira (12/12) foi realizada a cerimônia de formatura, depois de dois meses de aulas de ética, moral e cidadania, além de oficinas de artes visuais e informática. Foram 40 horas de aulas semanais para as duas turmas compostas por 33 alunos cada.
O encerramento contou com a presença de meninos e meninas dos três ciclos do programa, que formou 170 jovens no total. Eles assistiram a apresentação da Camerata de Violões da Escola Municipal Alan Kardec, composta por ex-alunos do Caminho Legal, além do espetáculo do grupo de dança do Projeto Axé.
O evento contou ainda com a palestra das irmãs Klink, Laura e Tamara, gêmeas de 16 anos e Marininha Klink, 13 anos. As filhas do navegador Amyr Klink falaram da experiência das viagens que fizeram para a Antártica, das descobertas e da preocupação com o meio ambiente. “Nas viagens percebemos que somos responsáveis pela preservação da vida e que temos que cuidar do lugar onde a gente vive”, disse Laura Klink.
Entre histórias e fotografias das aventuras vividas no continente gelado, as garotas chamam a atenção para o descarte de lixo na natureza, principalmente do plástico. E deixam a mensagem de que é possível fazer a diferença. “O que mais me chamou a atenção foram os animais mortos por terem comido plástico”, revelou Alessandra Miranda de 14 anos, aluna do 2° Ciclo do Caminho Legal.
O programa
Idealizado pelo juiz assessor da presidência, Ricardo Schmitt e coordenado pela Universidade Corporativa do TJBA (Unicorp), o programa tem o objetivo de incentivar o pleno exercício da cidadania na formação de adolescentes entre 13 e 17 anos. A ação, instituída pelo Decreto nº 297/2013, contempla adolescentes que residem em bairros populares da capital baiana.
As aulas foram ministradas na Fundação Lar Harmonia, no bairro de Piatã, entre os meses de julho e dezembro, pela coordenadora do projeto, Manuela Portela, pelo juiz Ricardo Schmitt e pelos professores Pedro Vivas e Jairo Eleodoro.
“O projeto é um grande recurso para a educação pública. Percebemos nos alunos uma mudança de atitude, uma transformação. Com a participação no programa eles passaram a ter mais responsabilidade e a idealizar sonhos”, destacou Maria das Neves, diretora da Escola Municipal Alan Kardec.
A coordenadora do projeto acredita que os resultados foram acima das expectativas. “É um sentimento de realização. Fomos além de onde esperávamos chegar. Acompanhamos esses jovens na escola e assistimos como as notas aumentaram e também como aumentou o respeito com os colegas do grupo”, comemora Manuela Portela.
Alan Silva, de 14 anos, é aluno da Escola Municipal Alan Kardec e participou do 1° Ciclo do Caminho Legal. O garoto revelou ter aprendido a respeitar as pessoas e a batalhar pelos seus sonhos. “Aprendi a ter esperança e a acreditar que todo mundo tem uma capacidade”, concluiu.
Essa descoberta pode levar esses jovens a alcançar objetivos que eles nunca imaginaram. “Do Caminho Legal eles vão levar tudo que aprenderam e podem fazer a diferença”, acredita o juiz Ricardo Schmitt, que deixou mensagem gravada em vídeo para o encerramento.
“Hoje existe um sentimento de tristeza porque acabou, mas é dia de celebrar e agradecer ao Tribunal de Justiça por ter investido em nós, que muitas vezes somos deixados de lado. Obrigada por nos ajudar a acreditar num mundo melhor”, finalizou Damile Damião, 17 anos, aluna do 2º Ciclo do Caminho Legal.
Texto: Magali Paterson – Agência TJBA de Notícias / Fotos: Nei Pinto e Priscila Felipe