Congresso internacional em Salvador visa fortalecer solução de conflitos entre pais separados

Um dos temas mais relevantes para a atualidade do Direito de Família no Brasil, a alienação parental, terá um congresso internacional em Salvador, com a colaboração das equipes de Balcão de Justiça e Cidadania do Tribunal de Justiça da Bahia.
A alienação parental ocorre quando os pais se separam e um deles desqualifica o outro e impede ou prejudica o relacionamento da criança com este ex-cônjuge em situação desfavorável. Os efeitos negativos do prejuízo afetivo são observados na fase adulta.
Um dos organizadores do congresso, o psicanalista Cláudio Carvalho, é um dos principais colaboradores do Tribunal de Justiça, e preside a Associação Brasileira Criança Feliz, criada para combater a alienação parental.
Carvalho reuniu nesta terça-feira (4), na Assessoria Especial da Presidência para Magistrados, representes de alguns dos principais parceiros na organização do congresso. Pelo tribunal, participaram João Danon e Alberto Addehusen.
Segundo Cláudio Carvalho, Salvador tem todas as condições de superar os cinco congressos internacionais realizados anteriormente, com a participação de representantes de países da Améria Latina, Ásia e Europa.
A representante do Instituto Direito e Cidadania, Juliana Guanaes, defende a importância da mais ampla divulgação para fazer valer a lei da guarda compartilhada, já em vigor, e em consequência, o combate à alienação parental.
Juliana trabalha com mediação de conflitos, apoiando o tribunal, nas cidades de Valença, Presidente Tancredo Neves e Camamu, no Baixo Sul. “Sensibilizar os pais para evitar os conflitos é a melhor maneira de evitar a alienação parental”, afirma.
O representante da empresa Gold Promoção e Eventos, Alex Clement, veio à reunião para conhecer detalhes do congresso, o sexto internacional e o terceiro organizado nacionalmente pela Associação Brasileira Criança Feliz.
Já o chileno naturalizado brasileiro Jaime Córdova, tem uma experiência difícil de superação do problema, pois vive um conflito com a ex-mulher para exercer seu direito de relacionar-se com o filho. “Até troquei de pátria para favorecer o processo”, disse.
Córdova quer ajudar a organizar os congressos, pois sua experiência pessoal o transformou em um militante no combate à alienação parental. “O que mais precisamos é de harmonia, e não de briga”, disse, ainda com sotaque, mas em bom português.
A representante da Comissão de Mediação e Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rosane Fagundes, trouxe o apoio da instituição para fortalecer a organização do congresso.
Para Rosane, o combate à alienação parental tem efeitos positivos. “Vamos buscar meios de ampliar a participação dos advogados a fim de aumentar o processo de conscientização”, afirmou.